O livro do Stephen Hawking continua a me encafifar. Diz ele, em um trecho do Uma Breve História do Tempo, que o tempo avança na medida em que o Universo se expande. Se o tempo andasse para trás, o Universo entraria em contração!
Há pouco comentei com a Tania que isso me deixou perplexo e ela observou, com um sorriso discreto, assim-assim, que ando a escrever repetitivamente a respeito do tempo. A afirmar que ele não existe, é ficção, embora seja movimento. Mera convenção, de modo que os acontecimentos não são encadeados, não se seguem uns aos outros. Menos ainda consequentes, nada impedindo que o antes ocorra depois e um estalar de dedos, de repente, seja mais longo do que a eternidade. Daí porque seria até mesmo possível vencermos o tempo...
Mais, que o tempo é e está em movimento. Inclusive o estático, já que a Terra se move em torno de si mesmo e, concomitantemente, em volta do sol. A vida é movimento. Qualquer movimento - de pessoas, insetos, folhas, células, sei lá! - é vida!
Do que me dou conta agora, por conta do que li no Hawking (me dou conta por conta, que loucura!), é que a expansão do Universo poderá de repente cessar, tudo voltando para trás, inclusive - certamente! - o Tempo. Notem bem que agora eu me refiro a ele com T maiúsculo!
Eis a questão que agora me desafia: se ele realmente existe, talvez seja uma das dimensões do Universo e, ao voltar para trás, o passado será o futuro, de sorte que meu pai virá depois de mim, meu avô bem depois!
Este livro que tenho agora em minhas mãos - se é que existe mesmo o agora (!) - mais o que acabo de ler em jornal de hoje sobre a última pesquisa do Hawking me encanta. Pasmem: aprendi que o chamado Big Bang criou não apenas este que temos como nosso, mas um número incomensurável de universos!
O nosso é uma parcela do Multiverso, dentro do qual - existe algo para fora dele? - somos todos e, concomitantemente, cada um de nós. Por isso talvez sejamos múltiplos de nós mesmos! Tu ser eu (atenção revisor: é assim mesmo que desejo escrever, "tu ser eu"!).
Em uma parcela microscópica do Eu que sou, vejo-me, por exemplo, como o Teodoro d'O Mandarim de Eça de Queiroz - embora o Eça seja eu...
Calma, caro leitor, segure-se. Resista ao impulso de telefonar ou enviar e-mail à redação do Diário de Santa Maria, sugerindo à Fabiana que me internem em algum manicômio daí ou de Camobi. Tu não vais gostar de ficar por lá...
Não te esqueças de que tu és eu! Que lástima, hein!